A escultura de Laocoonte faz parte dos acervos dos museus do Vaticano e a obra que poderá ter pertencido ao imperador Tito, descoberta em 1506. Contudo, para além de sua beleza e ter influenciado vários artistas, o que conta-nos esta escultura é uma verdadeira viagem literária, associada a fundação não apenas dos Museus do Vaticano, como também a origem lendária de Roma.

quem foi laocoonte?

Então começamos por compreender quem foi Laocconte. Lembra-se de Tróia, não do Brad Pit, mas sim o cavalo supostamente idealizado por Ulisses? Pois bem, a história fala da epopeia contada por Homero, em Ilíada. Ocorre que toda aquela tragédia poderia ter sido evitada se os troianos tivessem dado ouvido a este senhor representado na escultura. Um sacerdote troiano, que desconfiou daquela engenhosa oferenda grega e fez de tudo para que não a pusessem dentro dos muros de Tróia. Como sabemos, ele não conseguiu. Mas o que o escritor Homero não disse, o poeta Virgílio contou-nos em Eneida, um poema épico latino do seu I a.C. 

a eneida

Segundo Virgílio, os alertas de Laocoonte interferiam nos planos dos deuses do Olimpo que logo trataram de enviar seus castigos, entre eles,  serpentes gigantes que atacaram ele e dois de seus filhos. 
O poeta Virgílio escreveu a obra literaria Eneida, que conta-nos a origem lendária de Roma. De acordo com o poeta, um valente guerreiro troiano chamado Eneias – filho de Vênus, a deusa do amor – com seu pai nos ombros Anquises – descendente de Zeus, o rei dos deuses e símbolo da eternidade – e de mão dadas ao filho Ascânio, conseguiu escapar do cerco grego e seguiu o destino traçado pelos Deuses, fundar a nova Tróia. Ou seja, Roma a cidade que existe desde a eternidade.

O que significa dizer, que, enquanto Ulisses enfrentava uma épica aventura em Odisseia na volta à Ítaca, Eneias seguia uma aventura similar, em passos firmes, sob a visão sábia do pai e de mãos dadas com a juventude de Ascânio rumo ao Lácio. O lugar traçado pelos deuses para ser a nova Tróia, onde casou com Lavínia, filha do rei dos Latinos.

Contudo esta é uma história de muitos séculos e que envolve muitas personagens e uma segunda lenda dentro da mesma história. Então, apenas alguns séculos depois, no reino criado por seus descendentes, chamado de Alba Longa, Marte – o deus da guerra – engravidou a princesa Reia Silvia gerando Romulo e Remo, que foram lançados no Rio Tibre, amamentados por uma loba e depois criados por camponeses. 
Até que, já adultos, ao cumprir o destino de criar Roma, se desentenderam e Rômulo matou Remo, tornando-se o primeiro rei de Roma. Enquanto os descendentes de Remo, fugiram para Siena. Uma belíssima cidade que conhecemos ao percorrermos a Via Francigena.

Reia Silvia e as virtudes em Siena

de homero a camões

Ou seja, segundo Virgílio, Roma seria a nova Tróia na região do Lácio, onde originalmente falava-se o latim, língua ancestral das línguas neolatinas. Entre elas, a língua portuguesa consagrada por Camões no poema épico Os Lusíadas, que teve grande influência do poema de Virgílio. Assim como de Dante Alighieri na Divina Comédia, que também foi influenciado da mesma forma em Homero.

Dessa forma, temos uma coleção de poemas clássicos inspirados nas obras Ilíada e Odisseia, de Homero.

Uma deliciosa coleção de livros de viagens épicas, cheia de aventuras. Onde os heróis chegam ao paraíso, entre o Ocidente e o Oriente, depois de passarem até pelo inferno. Que podemos desfrutar em versões atuais que vale a pena conferir:

A Eneida, poema épico de Virgilio

A Eneida, Virgílio

Poema épico italiano sobre a origem lendária de Roma que conta as aventuras e lutas do herói Eneas
Ilíada, poema épico Homero

Ilíada, Homero

Poema épico grego sobre a guerra de Tróia. A derradeira luta de Aqulies.
Odisséia, poema épico de Homero

Odisseia, Homero

Poema épico grego do herói de mil estratagemas que vagueou por 10 anos a ver cidades e conhecer costumes enquanto lutava pela vida no regresso à sua terra.
A Divina comédia, Dante Alighieri

A Divina Comédia, Dante Alighieri 

Poema épico italiano de uma viagem ao paraíso com travessia pelo inferno e purgatório.
Os Lusíadas, poema épico Luis Vaz de Camões
Os Lusíadas, Luis Vaz de Camões

Poema épico português que conta a grande epopeia portuguesa na viagem às Índias e a descoberta do caminho marítimo para a Índia.

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